quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Devir

Quanto mais passa o tempo mais travam as explicações do porque estar nessa arte. Sempre faltam as palavras, quem dirá às belas palavras, talvez essas ultimas nunca cheguem a essa boca... É melhor ficar em silêncio para não dizer asneiras. O paradeiro constante do corpo no tempo talvez seja reconhecimento, não anti-social, nem diferente, mas uma pausa exausta de um constante “Devir”, uma respiração da cabeça... De tanto ver e achar que ver, os olhos um dia adoecem, tem muita poeira neste mundo de meu deus, é muita chaga que não sara, cultivamos nossas próprias chagas, e temos a vaga impressão de andar no coração alheio...

Tão jovem e a pele já é moribunda da sede da carne, os sentimentos que perpassam esse corpo são tão passageiros como os transeuntes. As vezes fica um abraço, uma palavra, ou só um olho mesmo... e fica uma saudade leve das coisas que ficaram lá atrás, das brincadeiras e pão de forma, a forma de uma mão e um traço do rosto de algum deles. Quase todos os dias aparecem novas mensagens de mudança, cada toque não atendido é a impressão de uma notícia que se adia a chegar. Fica do lado de cá uma ânsia de mãos atadas, uma vontade de estar nos dois lugares, partir-se para unir-se a si mesmo, um beijo que devia ser dado. 

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