domingo, 8 de setembro de 2013

[meu] Castelo de Holstebro

Sobre o som de um corpo que cai
Sobre o som das últimas palavras que ainda não foram ditas
Sobre as plumas que prendem os rios que descem dali
Dali onde não se tem coragem de tocar o mundo
Eu quis me conhecer
Sobre os risos das línguas do mundo
Sobre o mundo que não ri há muito tempo
Sobre até sobre a saudade, palavra dos descaminhos
Guatemala que te quiero
Sobre o som do corpo no pé do céu.
Sobre até sobre o céu.
Da clara manhã que não se canta
Da cor e noite tarde
"Liberdade"
Vontade de estar em muitos lugares do passado
Vontade de não passar:
veia, veio, vinho.
De algum lugar, Padã Arã, Canadá
De lá das dores não salvas
mas de mares, males, malês
Acontece que o acontecido não fica pra trás
Ninguém sabe o que quer ser nessa vida
E é fácil dizer não com essa falsa coragem
Viagens e bagagens de esquecimento
de si, do mundo.
Diamantes do céu, canções esquecidas
Não sei falar a tua língua
morta, joaninha, valsa
Nem me importo em saber.
Prefiro ficar assim, à míngua, cavalgo torto.
Não sei falar muita coisa de tanto
Agente fica assim, nesse silêncio.
Encontrar-te neste vale dos perdidos é saboroso,
surpreende sempre,
como o sal que desce dos olhos, tempera o labor.
Existem portas que não são
Existe até...
Existe um trovador de noite aguda,
de noite adentro, de noite aqui.
Existe o que se escreve para nada,
para estrada e para quando se pensa em dormir
Aqui eu morro. Só lembro de horas na porta do inferno:
bons diabos!
A gente, na verdade, nunca sabe quando volta.
Desse frio pouco sabia,
da incandescência.
Não sei dizer não ao que é do corpo.
Não sei dizer muito.
Não sei muito.
Sei que existe uma coisa chamada calendário.
Sei que existe um mistério.
E, talvez, isso seja o mesmo que não saber.
Existe uma coisa chamada desejo
Existem os palhaços e existem os poetas.
  Existe uma luz que é escuro.

                                 




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